quinta-feira, 19 de maio de 2011

ANTONIO DIAS - VINHOS DO ALTO URUGUAI!!!




Conheci a região gaúcha do Alto Uruguai por uma gentileza do amigo Adolfo Lona, na época executivo maior da De Lantier, que me proporcionou uma visita aos primeiros vinhedos ensaiados nas cidades de Planalto e Ametista do Sul, que indicavam uma potencial fronteira de vinhos de qualidade.
Pouco abaixo de Planalto, fica Três Palmeiras, cujo terroir se caracteriza por um relevo de leve ondulação, solos bem drenados, pedregosos e de média fertilidade. Devido a proximidade do Rio Uruguai, o ciclo da videira inicia-se antes do que nas regiões vitivinícolas gaúchas tradicionais, fazendo com que colheita se dê algumas semanas antes. Devido a essa precocidade na produção das uvas, as mesmas fogem da época das chuvas dessa região, que ocorrem, normalmente, a partir do mês de abril.
A vinícola que inaugura a nova fronteira vinícola é a Antônio Dias Vinhos Finos e está implantada a 650 metros de altitude, na latitude 27° 37’. Sua primorosa infra-estrutura de vinhedo tem oito quadras: 1,1 hectare de Cabernet Sauvignon, 1,1 ha de Tannat, 0,6 ha de Chardonnay, 0,6 ha de Ancellotta, 0,3 ha de Pinot Noir, 0,65 ha de Merlot e 0,65 ha de Touriga Nacional.
A cantina foca para a elaboração de vinhos finos de butique, com quatro pavimentos sobrepostos, utilizando a gravidade no processo de elaboração. A edificação está construída em pedras de basalto, que mantém temperatura amena e constante no ambiente. O sistema produtivo de vinhos de butique tem recebimento cuidadoso de uvas, seleção manual de grãos, fermentação em modernos equipamentos, afinamento, barris de carvalho francês e caves subterrâneas, tudo em seqüência sem intervenção de elementos mecânicos.
A linha de rótulos varietais compreende os tranqüilos Cabernet Sauvignon, Tannat, Pinot Noir e Chardonnay, e os espumantes um Brut Champenoise de Chardonnay e um Moscatel. As cascas de Cabernet Sauvignon e Pinot Noir são utilizadas para a elaboração de uma Graspa.
Como meu destaque, chamo a atenção para o varietal Tannat 2008, 14% de álcool, dez meses de passagem por barricas de carvalho francês, vermelho rubi profundo, nariz intenso de frutas vermelhas bem maduras, sobre traços achocolatados e toques de café e tabaco. Boca bem preenchida com taninos macios, equilibrados com a acidez e álcool corretos, sabores tocados pelos mesmos aromas. Retrogosto persistente.


Publicado em: 10/04/2011
           Por: Sérgio Dias Inglez de Sousa

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