domingo, 18 de dezembro de 2011

Mulheres Elegantes!!!

À pouco a revista espanhola HOLA! escolheu as mulheres mais elegantes do mundo; Angelina Jolie lidera a lista com Kate Middleton, a Duquesa de Cambridge em segundo; o terceiro lugar foi disputado e acabou empatado entre Carlota Casiraghi, princesa de Mônaco, e a socialite espanhola Nati Abascal, estilos bastante diferentes.
Neste sentido resolvi transcrever uma matéria sobre elegância muito interessante, além de looks das duas mais elegantes escolhidas por HOLA!.
EDY.
“Elegância: uma manifestação da riqueza interior de quem a possui”
Quase sempre que sou entrevistada questionam-me a respeito da Elegância. Quem é uma pessoa verdadeiramente elegante? Quais são os modos de agir ou de vestir-se de quem compartilha desta qualidade?

Descobri que esta resposta é um pouco mais longa do que duas ou três linhas breves, supostamente resumidas e isentas de conteúdo ou de profundidade a que eram expostas minhas respostas sintetizadas em cada uma das matérias publicadas. Resolvi aprofundar-me um pouco mais sobre este tema.

A palavra elegância é atraente. Não é possível defini-la, este é o seu mistério. É intangível, radica nas pessoas, porque aos objetos não lhes corresponde em sentido estrito a qualidade de ser elegantes, somente dizemos isso deles de um modo analógico.

Para analisar a elegância devemos mergulhar no espírito humano, que é onde emergem as diversas virtualidades configuradoras da elegância.

A elegância tem muito mais a ver com a riqueza interior do que com o caimento impecável de algumas peças de vestuário. Em que consiste essa força interior capaz de perfumar com o aroma substancial toda uma personalidade? Será que o Bem, a Verdade e a Beleza têm algo a ver com esse ungüento de incalculável valor que impregna determinadas pessoas tornando-as especialmente atraentes?

Na elegância verdadeira não são as coisas o que importam, mas as pessoas que as possuem. Ser elegante é dar o melhor de si mesmo.

Um pensamento elegante: a cultura. Ela é um dos principais modeladores do pensamento e, portanto, de nossa conduta. Talvez seja uma novidade falar de 
um pensamento elegante, quando o mais normal seria associar a palavra elegante a uma casa, um vestido, etc. Isso acontece porque se banalizou excessivamente o conceito de elegância, esquecendo talvez que ela é originariamente uma qualidade humana que consiste em escolher (o melhor); e a eleição é fruto, em primeiro lugar, da inteligência, do conhecimento.
O mais importante dos seres humanos é o seu universointerior e não seu guarda - roupa ou seu carro.

O que entendemos por 
universo interior? Nossas opiniões, critérios, gostos, preferências. Em definitiva todo aquilo que estrutura nosso pensamento e depois exteriorizamos através de nossas conversas e comportamentos.

O pensamento elegante discorre pelos âmbitos culturais e artísticos que estão presididos pela delicadeza e finura de espírito. Falamos do que pensamos e pensamos em função do que somos (elegantes ou vulgares).

O que somos por dentro é o que manifestamos por fora. A elegância por natureza, participa da simplicidade. A duplicidade não é elegante.

O que de belo e elegante possa haver nas pessoas é uma expressão da beleza que está no seu espírito. A elegância surge sempre como fruto da delicadeza de espírito. A elegância não é uma qualidade esporádica que se dê de vez em quando, numa circunstância determinada, porque na realidade mais do que 
“ por-se elegante” (que sempre é algo extrínseco à pessoa), do que se trata é de ser elegante. A roupa, os cosméticos, etc., têm um alcance muito pequeno e não conseguem ocultar a vulgaridade que possa haver no interior de alguém.

A elegância não se improvisa (como um vestido), senão que se adquire em um longo processo de opções pessoais: daí o seu valor, ela torna a vida do outro agradável.

O comportamento elegante sempre está presidido pela delicadeza, pela finura de espírito. A elegância, a educação esmerada, facilita em grande modo a convivência, desde que não fique nas formas e esteja atravessada pelo carinho. O comportamento elegante corre o grande perigo de cair na frieza ou na superficialidade. É fácil cair neste defeito se não unimos a elegância a uma forte dose de humanidade.

Homens e mulheres experientes em humanidade levam a sério as vidas alheias e querem ser o consolo e o apoio dos outros e sem carinho, a delicadeza não existe, porque é precisamente o amor quem inventa as mil maneiras de tornar a vida fácil (e prazerosa) de ser vivida: um sorriso diante de uma adversidade, um calar-se diante de uma afronta repentina ou diante de uma calúnia, uma esposa que se arruma com esmero (sem esquecer-se do batom), a espera de seu marido que retorna ao lar, um trabalho bem executado e finalizado, um elogio que não ficou à margem do coração... Isto sim é elegante!

A elegância interior propicia que nosso selo pessoal esteja mais reforçado, porque na verdade, o que particulariza uma pessoa é a riqueza do seu pensamento, da sua cultura e sua bondade. Estes aspectos são tão importantes que de algum modo tornam mais fracos os que fazem referência somente ao porte exterior.

O mundo interior configura o exterior e é lógico que seja assim, porque cada um de nós gostamos de que nos identifiquem com o que realmente somos, mesmo que não façamos ostentação disso. De algum modo somatizamos o que pensamos.

O termo elegância nos remete ao vocábulo latino eligere (escolher). É elegante aquela pessoa que sabe escolher o melhor, (isto não faz referência somente ao material).

E é justamente a liberdade o que possibilita ao ser humano a capacidade de ser elegante.

Os critérios de seleção não se improvisam. Para saber escolher é preciso ter critérios de seleção de acordo com um cânone estético, fruto do esforço pessoal.

O termo francês glamour ou, em bom português, encanto, é algo que emana de uma pessoa tornando-a atrativa.

O encanto é o resultado da somatória de uma multidão de ingredientes muito variados, que sabiamente relacionados entre si dão lugar a uma forma de ser de plena beleza interior.

A cultura, a boa educação, o respeito aos outros, a capacidade de escutar, a fina sensibilidade, a capacidade criativa, a delicadeza no trato, a amabilidade, a solidariedade e umas sérias inquietações sociais são necessárias para que se produza o glamour.

As pessoas que o possuem se caracterizam sobre tudo pela capacidade de acolhida e pelo respeito que mostram diante de opiniões alheias.

O que realmente encanta de uma pessoa é sentir-se respeitada por ela. E esse respeito nasce de um profundo convencimento da dignidade de todo homem e mulher.

Esse convencimento transparece no seu comportamento que está sempre presidido por um delicado amor à liberdade alheia.

A serenidade magnífica o todo. Uma pessoa serena é por conseqüência; inteligente emocionalmente e, desta forma, acaba por conquistar a admiração.

Qualquer comportamento que possa ser qualificado de eticamente mau, fica excluído do âmbito da elegância, porque o termo elegante nos remete ao conceito de escolher o melhor, e o melhor nunca pode ser o mal.

Talvez nos custe estabelecer uma conexão entre o bem e a 
elegância, porque instantaneamente vinculamos a elegância ao mundo da frivolidade, esta conexão vem exigida quando consideramos o homem e a mulher como pessoa e não como objeto estético.

O interesse de vestir elegantemente tem os seus limites, não deve ir além do que é razoável, porque não é elegante ser escravo da moda nem da estética. A cabeça e o tempo de que dispomos devem ter metas mais altas que dêem a nossa existência uma densidade maior e uma maior profundidade.

A futilidade também é má companheira da elegância, a esta chegamos por eleições mais complexas e sutis do que as têxteis e cosméticas.

Ortega y Gasset afirmava que "a cultura se mede com metros de sabonete”. A partir desta afirmação podemos concluir de forma ilustrativa também, que a elegância se confecciona tanto na biblioteca como no banheiro: sem cultura e sem limpeza a elegância é impensável. De certo modo são equiparáveis um bom livro e um bom perfume: o livro aromatiza a alma e o perfume o corpo, e ambos à pessoa: sucesso total.

Falemos de moda. Um homem ou uma mulher não pode ser elegante segundo as ocasiões, ou é elegante ou não é. A elegância, a levamos sempre conosco porque está em todo o nosso ser e na forma com que nos vestimos. E tudo isto sem querer “arrasar” ou “chocar”, criando assim distâncias, mas, com simplicidade e naturalidade.

Adquirir um estilo elegante supõe ser fiel durante muitos anos a 
definições (posições) tomadas com o firme convencimento de que marquem para sempre nossa existência.

O traje é, geralmente, mais uma expressão da nossa forma de ser, porque ao escolhê-lo procuramos nele uma certa identificação. Mas "estar na moda" não equivale a "estar elegante”! A moda deve ser filtrada por aqueles critérios estéticos que mais se ajustam a nossa forma de ser e que com o tempo criou em nós um determinado estilo de vestir (e talvez de entender a vida).

Render-se incondicionalmente ao que está na moda no momento torna impossível não só a 
elegância senão também a reafirmação da nossa personalidade: tudo o que utilizamos em maior ou menor grau está dizendo quem somos. Seria uma futilidade transcendentalizar a importância de um vestido, mas também é uma amostra clara de má educação e de mal gosto ir vestida de qualquer jeito a qualquer lugar, sobretudo no verão, que com a desculpa do calor podemos infringir todo tipo de normas incluídas as estéticas.

A roupa para prática de esporte, o conjunto de jogging, a bermuda, a legging de lycra, o top, a camiseta surrada (jogue-as fora), os tênis, quando tirados do seu contexto estão injustificados e denotam um relaxamento e um abandono que são totalmente incompatíveis com a 
elegância.

Jackie Kennedy costumava afirmar que “uma mulher que só se produz para ir a festas nunca será uma mulher elegante”. Concordo com ela em absoluto e incluo nesta afirmação os homens também! Como costumo frisar aos meus clientes, estejam bem apresentados e arrumados com esmero sempre! Até para ir à padaria! Dos pés à cabeça! Por dentro e por fora!
Bia Kawasaki atua como Consultora de Moda e Personal Stylist desde 1997, formada em Moda pela Faculdade Santa Marcelina com Pós Graduação em "Gestão em Negócios de Moda" pelo Iese Business School, têm em sua grade de clientes executivos de empresas como: BMW, Ernst Young, Watson Wyatt, CPTM, Invel e Banco Itaú.





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